Nos períodos
chuvosos do verão os olhos sofrem mais. De acordo com o oftalmologista do
Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o calor facilita a proliferação
de bactérias e os ambientes fechados durante as chuvas criam condições
favoráveis para a disseminação de vírus. Resultado: Além da conjuntivite
bacteriana mais comum no verão, o mês de janeiro concentra consultas por
conjuntivite viral decorrente do maior volume de chuvas.
O médico explica
que a doença é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a parte
interna da pálpebra e a esclera, parte branca do olho. Em geral, os sintomas são
olhos vermelhos, irritação coceira, pálpebras inchadas e aversão à luz. A
diferença é que na viral o lacrimejamento é intenso e na bacteriana surge uma
secreção amarelada que chega a colar as pálpebras.
"Um erro
comum por quem sente algum desconforto nos olhos é lavar com soro fisiológico
ou água boricada", afirma. Isso porque, o soro fisiológico não contém
conservante e pode contaminar a córnea. Já o ácido bórico pode irritar ainda
mais a conjuntiva.
Para aliviar os
sintomas iniciais da conjuntivite viral ele diz que podem ser usadas compressas
geladas de gaze embebida em água filtrada. Compressas quentes acalmam a
conjuntivite bacteriana. Embora não seja uma doença grave, a recomendação é
sempre consultar um oftalmologista. "Usar colírio por conta própria pode
mascarar outras doenças com sintomas semelhantes como a uveíte", ressalta.
Como prevenir
Queiroz Neto
afirma que as mãos representam o principal veículo de transmissão da
conjuntivite. Isso porque a pessoa contaminada acaba levando a mão aos olhos
para depois tocar no teclado do computador, no telefone, na maçaneta ou no
corrimão da escada e transmitir a doença. As principais recomendações para
evitar o contágio são:
* Lavar as mãos
com frequência.
* Evitar tocar ou
coçar os olhos.
* Não compartilhar
toalhas, fronhas, equipamentos, maquiagem e colírio.
Olhos revelam gravidade da leptospirose
O oftalmologista
destaca que nesta época do ano os olhos também podem sofrer alterações
relacionadas às doenças decorrentes de enchentes: leptospirose, hepatite A e
dengue.
A leptospirose,
explica, é a contaminação por uma bactéria que penetra na pele, mesmo que não
haja ferimento. O contágio geralmente acontece pelo contato dos pés com água
contaminada por urina de ratos ou cães. Os sintomas são febre alta, dor de
cabeça, náusea e diarréia. Os olhos revelam a gravidade da contaminação. Se
ficarem amarelados indicam necessidade de internação imediata. Para evitar o
contágio a dica do médico é usar botas ou galochas quando houver necessidade de
contato com a água da chuva.
Hepatite A reduz visão de contraste
Queiroz Neto
afirma que o vírus da hepatite A também pode ser disseminado por água
contaminada após as enchentes ou no contato com o sangue de uma pessoa
contaminada. Embora pouco comum, ele diz que quem contrai hepatite A pode ter
neurite óptica. A doença é uma inflamação do nervo óptico que pode causar perda
parcial ou total da visão. Os sintomas são alteração na visão de cores, queda
da acuidade visual e dor nos olhos. O médico diz que a maioria das pessoas recupera
gradativamente a visão, ficando como sequela a perda da visão de contraste.
Para prevenir a hepatite A e preservar a visão as recomendações do médico são:
* Não compartilhar
objetos cortantes.
* Evitar bebidas
com pedras de gelo nos restaurantes.
Dengue afeta circulação dos olhos
Segundo Queiroz
Neto, mesmo a dengue clássica que cresce no verão por conta dos períodos de
chuva pode sinalizar risco para a visão. Isso porque a doença aumenta o risco
de hemorragia ocular por diminuir na corrente sanguínea a quantidade de
plaquetas que respondem pela coagulação. Outro perigo é a oclusão vascular
causada pelo deposito der anticorpos nas paredes internas dos vasos e artérias
que pode causar hemorragia.
Por isso quem tem
diagnóstico de dengue deve passar por exame de fundo de olho. Os diagnósticos
de risco de hemorragia intraocular são tratados com aplicações de laser para
impedir o sangramento. No diagnóstico de oclusão vascular o tratamento é feito
com vitrectomia. Trata se de um procedimento em que são feitas micro incisões
para eliminar o sangramento.
Assessoria/Daiane Martins.
Assessoria/Daiane Martins.
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